LIVRO ZEN ORIGAMI

Mandalas in action integrantes do LIVRO "ZEN ORIGAMI" no qual estou trabalhando.

30 abril 2013

ALEGRIA de ORIGAMISTA


Semana passada, 'as pressas no centro do Rio, encontrei uma loja com vários papéis lindos: 8 folhas de 50x64 cm  em cada embalagem, double face, estampas variadas, e todas bonitas.  Fiquei louca! Além de tudo, ainda havia oferta: cada conjunto custava R$1,50, mas levando mais de seis deles, saia por apenas R$1,00. Advinha...
A foto acima e as duas abaixo, são desses papéis. Ao chegar, espalhei-os todos e fiquei namorando... tão bonitos, me deram tanto prazer!


Quando eu comecei a fazer origamis de verdade, tinha medo de não conseguir os papéis mais indicados. Fazia como podia  - e até hoje, gosto de aproveitar panfletos, rótulos, prospectos. Com o tempo, fui ganhando um mundo deles. De vários lugares, os mais incríveis, coloridos, várias gramaturas, vindos de todos os pontos do planeta.
 Eu acho muito bacana essa possibilidade que o origami traz, de ser feito, com qualquer papel. Então, mesmo numa fila, dentro de um ônibus, num lugar com poucos recursos, sempre há algum papel que se possa aproveitar. Eu os carrego na bolsa, pego de ingressos de teatro a guardanapos.Para cada tipo de origami, algum deles será quase perfeito.
Tenho uma pequena cômoda com gavetas, toda cheia de papéis coloridos. 'As vezes a abro, apenas para olhar, sentir o cheiro, tocá-los. E é tão bom!
Eu tento  evitar ao máximo, o desperdício - é uma filosofia de vida. Então, dobro, redobro, aproveito para papel mache quando já não é possível usá-los para origami.
No final de tarde em que abri os novos papéis  para ver com calma como eram, a poesia que digitei na primeira foto,  me veio 'a cabeça, inteira. Sobre minha mesa, havia apenas um pedacinho de color plus amarelo, todo cheio de anotações. Eu a escrevi num cantinho e só hoje pude retomá-la..

ALEGRIA de ORIGAMISTA

Papéis?
Não:
pequeninas euforias
que serão transformadas
em imensas alegrias
na febre das mãos
que vêm e vão
no ofício dos dias. 
 MKrone

Sei de gente que não gosta da palavra "Origamista', preferindo "Dobrador"; mas eu gosto.  Já vi amplos debates a respeito. Eu prefiro a terminação "ista'. Acho a palavra tão bonita, tem uma música que soa bem, e nela, objeto e discurso estão bem ligados. Procurei ler um pouco a respeito do termo, mas não encontrei muita coisa; no entanto, ao pesquisar sobre sufixos formadores de profissões, encontrei um estudo de Cláudia Assad Alvares, da USP, com uma citação perfeita: 

"Podemos comparar o léxico a uma grande sacola de viagem que o falante nativo carrega consigo aonde quer que vá;  esta sacola é uma perene receptora de palavras e, para cada palavra que entra nessa bolsa, há uma regra que subjaz a ela. Acontece que nem todas as regras são evidentes; muitas estão ali esperando ser descobertas. Basta, pois, que saibamos enxergá´-las."

Então, só hoje, a poesia ganhou nome, e não achei que qualquer outro seria melhor que "Alegria de Origamista", mas aos que se incomodam, há opção de trocar por "Alegria de dobrador", o importante aqui é o prazer, a criatividade e as dobras, vamos lá?

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